quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ainda bem que a moda caminha para o rumo certo

Não sei se você sabe, mas sou assessora de imprensa da primeira loja infantil do país 100% ecologicamente correta e sustentável, a ECO, localizada aqui mesmo em Florianópolis. Desde que comecei a atender a empresa passei a ver com outros olhos o que realmente era moda ecológica. Não significa apenas usar uma t-shirt feita com poliéster de garrafa pet, vai muito além disso. O importante é observar como a empresa se comporta, como é a gestão, a escolha da matéria-prima e como lida com a mão de obra.

Andreia Amorim em sua loja 100% ecológica


Na ECO esse cuidado partiu desde a concepção do espaço, compra e reaproveitamento dos móveis, iluminação, ferramentas de gestão, até a escolha das marcas a serem vendidas. A proprietária da loja, Andreia Amorim, é consultora em sustentabilidade e prioriza empresas que tenham uma postura ambiental e socialmente consciente. Hoje, um dos destaques da ECO é a venda de fraldas descartáveis ecológicas, que beneficiam não apenas o bebê, mas também o planeta. E que bom que não é apenas a loja catarinense que funciona assim.

Outro bom exemplo de Santa Catarina vem da indústria Flexicotton, de Santo Amaro da Imperatriz. Lá os funcionários usam uniformes fabricados com fibras de garrafa pet e algodão orgânico. As peças custam cerca de 10% a mais do que os uniformes tradicionais, mas para a gerência da empresa o custo adicional é visto como um investimento e mais uma forma de reduzir o impacto ambiental. Outra ação adotada pela Flexicotton foi distribuir canecas personalizadas com o nome de cada colaborador e uma mensagem de conscientização alertando sobre a importância da redução do consumo de copos plásticos, além de ser ponto de coleta de pilhas e óleo de cozinha.

Lá fora a moda ecologicamente correta e sustentável também ganha força. A estilista Stella McCartney criou recentemente uma coleção de lingeries ecológicas que, apesar de não ser totalmente sustentável, possui atributos que agridem menos o ambiente. O algodão utilizado na fabricação das calcinhas e sutiãs é orgânico e os metais usados na estrutura das peças são reciclados. Ah, e os produtos são mais baratos do que as peças das coleções anteriores, mais uma forma de incentivar o consumo desse tipo de material com grande valor agregado.



Stella é consciente, já foi vista muitas vezes usando a bicicleta como meio de transporte, fez desfiles de luxo sem usar peles de animais, criou uma linha de lingerie com fibra natural e algumas de suas lojas são abastecidas com energia eólica.


Novidade - Quem roubou a cena na minha pesquisa foi a jovem  Fernanda Cannalonga, de 22 anos, que criou há oito meses a Canna, uma marca de bolsas e acessórios em couro vegetariano. Achou estranho? Eu explico. Fernanda é vegetariana e buscava uma solução para usar peças que não fossem feitas com couro animal. Foi então que ela encontrou um material sintético, uma espécie de plástico, e passou a criar bolsas, carteiras e chaveiros com design minimalista. A jovem estilista tem feito muito sucesso com as peças clean, porém cheias de atitude.

As bolsas e a matéria-prima da Canna


E ela faz moda sustentável de verdade! Prioriza matéria-prima nacional em vez da chinesa, que é mais barata, e desenvolve trabalhos com artesãos que cortam e produzem suas peças. Um belo exemplo de que é possível fazer moda de qualidade, refinada, diferente e ecológica. É hora de perder o preconceito com os produtos eco e embarcar nessa onda pelo bem do planeta e pelo nosso bem!






Fotos: David Welter/ Reprodução/  Ricardo Toscani/FFW

Um comentário:

  1. A Andreia é uma profissional competentíssima e claro, o resultado não poderia ser outro. Parabéns!

    Débora Murta Braga

    ResponderExcluir

Comente sobre o que você acabou de ver